segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pesadelo






Tinha-na.
De uma maneira tão intensa.
E era incapaz de perceber o poder que tinha sido entregue em suas mãos...

Tinha-na.
De uma forma completa.
Mas não conseguia enxergar o quanto que lhe tinha sido confiado.

Mantinha apenas contatos esparsos e artificiais.
Pois seu desejo estava já aplacado pela conquista,

pela entrega absoluta.
Nada mais havia a decifrar...

E então, acostumada a parques, ao sol, à liberdade -
Ela perdia seu perfume, perdia seus encantos.
Murchava, desfalecida sobre a lápide fria a que tinha sido entregue....

Ele, então, como tantas outras vezes já fizera,
Com tantas e tantas e tantas e tantas outras
Deixara-na no canto, caída, a morrer -
Sufocada em saudades imensas,
Desesperada em seus devaneios

loucos, loucos, loucos...


Acordava.


Mas se sentia, ainda, levitando no ar.
Em seu torno, sonhos e ilusões giravam incessantemente.
E se faziam conhecer...

Sentia-se rodopiando,
ao som cadente daquela ópera intensa.
Entregue aos seus tantos devaneios,
queimada pela fúria desta quimera.

Acordava. Banhada em suor. Em lágrimas.
Um pesadelo, apenas.
No fundo, tudo eram apenas disparates que lhe embaçavam o foco da realidade.

Naiana Carapeba (13/06/2011)

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