Como um pintor barroco,
retrato minha densidade
em meus dilemas.
As palavras aparecem e fogem,
em luz e sombra.
Ao sabor dos ventos - e dos mares em que naufraguei.
Elas se arrancam de mim.
E arranham o papel.
E o marcam. Registram-se. Fantasiam...
Denunciam-me. Inteiramente.
A vida, minha vida, como ela é.
E também como deveria ser.
Como sonho que seja - em meus pesadelos tão, tão reais...
Aos que percebem meus auto-retratos,
não há sutilezas.
Estou às escâncaras -
aos pedaços, aos cacos.
Pequenos excertos de mim
pingam no papel.
E, apesar de tudo, não caibo em minhas definições.
Pois sou mais larga, opulenta, complexa.
Sou inteira em meus excessos. Em minhas manchas.
Barroca. Barroca. Barroca.
Naiana Carapeba (05/06/2011)
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