segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Se eu pudesse...


Se eu pudesse escolher,
viveria tudo de novo...
O primeiro encontro.
O primeiro abraço.
O primeiro beijo.
O primeiro amasso.
E a primeira vez...

Se eu pudesse escolher,
veria o mesmo filme inesquecível
uma, duas, três - e outras tantas vezes...
Escutaria as mesmas risadas,
as mesmas óperas...
Falaria dos mesmos assuntos, 
alegres e tristes...
Tornaria a viver os instantes
que me encantaram...
Iria aos mesmos lugares, 
apenas para ver você, de novo.

Se eu pudesse escolher,
daria pausas no dia...
Eternizaria os cinco minutos
que a vida me permite
no calor do seu abraço...

Se eu pudesse escolher,
viveria tudo, de novo,
apenas para estar no mesmo lugar,
na mesma hora, 
no mesmo minuto,
no mesmo segundo,
no mesmo e exato instante
em que nossas histórias se cruzaram
e se tornaram uma.
Para sempre.

Ah! Se eu apenas pudesse ...

Naiana Carapeba (31/12/2012)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Densidade


Eu não me envergonho
de meus medos,
de meus infernos,
da minha densidade.

Eu não me pintei com tintas outras,
que não as de minha realidade - 
palpável, palpitante...

Minhas pinturas são manchadas,
em infinitas sugestões de minhas formas - 
imperfeitas, naturais...

Não. Não me envergonho dos caminhos que trilhei.
Dos passos e dos tropeços que me trouxeram até aqui.
Minha compulsão interna se externalizou e eternizou
em pinceladas largas,
com as quais lambi minhas telas,
sem desenhos ou moldes de teste.


Naiana Carapeba (29/12/2012)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Um sonho estranho



Naquela noite aconteceu
de ter um sonho atribulado,
com o sinistro que ocorreu
que me deixou grilado.

Tomei duas taças de vinho
para amenizar minha sede.
Após descansar numa rede,
presenciei um descaminho.

Nessa noite promissora
uma felina determinada,
resolveu que era hora 
de enfrentar certa parada.

Como quem nada quer
essa misteriosa mulher,
silenciosa como serpente
apareceu assim de repente.

O vulto na beira da piscina,
transbordante de adrenalina,
qual onça pintada ladina,
afiava suas garras na surdina.

Doído como dor de açoite
um grito entalado no peito,
rompeu o silêncio da noite
desafiando qualquer preconceito.

Mulher preparada pra lutar
utilizando o que lhe é de direito
liberou com carinho e jeito
sua vontade de amar!


Maércio  Carapeba Monteiro
(dez/2012)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Selvagem


As últimas amarras que o prendiam à terra firme desamarradas, enfim:
Sua nau pronta e livre a navegar,
já há outro porto a esperar você...

Algumas lições aprendidas com sua passagem:
viver e amar,
beber e comer bem,
pensar e escrever,
observar e sentir.
Sentir, sentir, sentir...

Toda uma vida selvagem, como você.

Naiana Carapeba (24/12/2012)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Can't Take My Eyes Off You


You're just too good to be true
Can't take my eyes of of you
You'd be like heaven to touch
I want to hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes of of you

Pardon the way that I stare
There's nothing else to compare
The thought of you leaves me weak
There are no words left to speak
So if you feel like I feel
Please let me know that it's real
You're just too good to be true
Can't take my eyes of of you

I love you baby and if it's quite all right
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say
I love you baby, don't bring me down I pray
I love you baby, now that I've found you stay

And let me love you baby, let me love you...

You're just too good to be true
Can't take my eyes of of you
You'd be like heaven to touch
I want to hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes of of you

I love you baby and if it's quite all right
I need you baby to warm the lonely nights
I love you baby, trust in me when I say
I love you baby, don't bring me down I pray
I love you baby, now that I've found you stay

And let me love you baby, let me love you...

I love you baby and if it's quite all right...

Gloria Gaynor

domingo, 16 de dezembro de 2012

Thor

Foto de Bia Cruz

Você chegou -
inundou meu coração de ternura.

Você chegou -
fez-se amado, instantaneamente.

Você chegou -
trazendo alegria, curiosidade, novidades...

Você chegou -
e, estou tão feliz, que não caibo em mim!


Naiana Carapeba (16/12/2012)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Comfortably Numb


Hello,
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me
Is there anyone at home?

Come on now
I hear you're feeling down
Well, I can ease your pain
And get you on your feet again

Relax
I'll need some information first
Just the basic facts
Can you show me where it hurts

There is no pain, you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move but I can't hear what you're saying
When I was a child I had a fever
My hands felt just like two balloons

Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb

I have become comfortably numb

O.K.
Just a little pin prick
There'll be no more...aaaaaaaah!
But you might feel a little sick
Can you stand up?
I do belive it's working, good
That'll keep you going, through the show
Come on it's time to go.

There is no pain you are receding
A distant ship's smoke on the horizon
You are only coming through in waves
Your lips move, but I can't hear what you're saying
When I was a child
I caught a fleeting glimpse
Out of the corner of my eye
I turned to look but it was gone
I cannot put my finger on it now
The child is grown
The dream is gone
And I have become
Comfortably numb.

Pink Floyd

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Ações afirmativas


Apesar das luzes que piscam em todos os lugares,
permaneço em sombras.
Apesar das cantigas que soam à minha volta,
continuo silente.
Apesar dos chamados a mim direcionados,
sigo sem nada escutar.

Não há ações afirmativas capazes de me alcançar.
Lacunas preenchem os espaços à minha volta:
como um hiato,
uma interrupção sísmica em minha trajetória nada retilínea.
Disfunções que não expressam qualquer propriedade minimamente cognoscível...


Naiana Carapeba (13/12/2012)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Somente de Olhos Fechados


"Resolvi limpar as gavetas. É preciso para reorganizar os espaços. Desfazer-se do que já não nos serve mais. Cuidar do que ainda pode nos ser útil ou prazeroso.


Não costumo guardar coisas demais. Algumas, porém, preciso! Para respaldar a memória. Para dar lastro às lembranças, às vezes atropeladas pelo presente que massacra, pela incerteza do futuro que todos os dias bate a nossa porta.

Organizar gavetas não é meu passatempo preferido.Tampouco tarefa rápida, pois que alguns objetos preciso curtir um pouco mais mesmo sabendo que terei que descartá-los.

Não tenho época certa para fazer isso. Faço quando sinto que ou me desfaço de algumas coisas ou não vou conseguir entender o que é realmente importante pra mim.O que vai me dar conforto e satisfação. Porque eu entendo a vida assim: Preciso de conforto e satisfação ou nada fluí, nada funciona.

Ocorre que tenho dentro de mim um ser bagunceiro, daqueles que não quer ver nada espalhado e por isso guarda tudo nas gavetas. Sem critério nenhum, vai enfiando tudo o que acha no caminho. Muitas vezes, nem deveria estar lá, dentro das gavetas.

Joguei tudo em cima da cama e lá fui eu , vendo e sentindo quanta coisa que fui deixando de lado. Coisas totalmente inúteis, outras vencidas. Roupas apertadas, ultrapassadas.Fotos, anotações que já estão a tanto tempo em meio aos guardados que desconfio se foram assim, tão importantes um dia.

Comparo as pilhas de coisas e com tristeza percebo que o saco de lixo que peguei é pequeno demais... Respiro fundo até vir a parte mais complicada. Tantas coisas juntas numa mesma gaveta parecem se entender muito bem. Reorganizar o espaço que o que realmente importa é bem complicado. Depois de algumas horas consigo. Olho o que restou e fico aliviada. Fica bonito tudo arrumado. Só o que é útil, só o que serve, só que me serve.Sim porque as coisas devem nos servir. Ajudar.Se estão entulhando, se estamos servindo às coisas, melhor rever.

Ocorre que também tenho gavetas dentro de mim. As tais Gavetas Sentimentais, só para dar nome a coisa porque dizem por aí que quando damos nome é porque existe apego. Se é assim, que assim seja. Sou de fato apegada às gavetas do coração. O ser bagunceiro anda por cá também. Guarda tudo sem o menor critério ou pelo menos usa um critério que não consigo entender. Deve ter seus motivos eu é que cuide de entender, já que são minhas, as gavetas.

Então, de vez em quando também é preciso organizar os sentimentos. Jogá-los todos para fora e ver o que ainda me deixa feliz, o que me atrasa a vida. Entre tantos que guardo, preciso e quero apenas os que são passíveis de me fazer mais forte, mesmo que eu sofra um pouco e desde que esse sofrer resulte em algo positivo. Não tenho ideia do que é sofrer por sofrer. Há sim, eu sei, aqui nessa bagunça, os tais inúteis sentimentos daninhos e por isso é preciso arejar.

Reviro tudo sim, faço uma bagunça danada e no momento em que encontro tua lembrança tão bem guardada, numa caixinha lá no fundinho da gaveta, meu passado vem à tona e penso que talvez você possa me dar a satisfação, o carinho e a alegria de antes. Não foi à toa que te guardei por tanto tempo. Abro a caixa, desdobro as lembranças e fica tudo colorido de novo. Bom te ver, saber de ti. Bom sonhar de novo. Rir do que vivi. E quanta saudade boa,quanto carinho guardado, quanta carícia contida. Quanta conversa pela metade, porque nossas vidas tomaram rumos diferentes.

Já disse que preciso curtir um pouco mais as coisas antes de descartar. Oras, mas quem disse que posso te descartar? Quem disse que eu quero isso? Eu não quero! Rapidamente tiro você da pilha do descarte. Fica comigo por um tempo. Fazendo parte do meu presente. Sendo meu presente. Fica assim como um enfeite novo pra quem não te conhece ou como algo que não combina mais comigo para que já soube de você e agora se surpreende te vendo de novo com tanta cor aqui perto de mim.

Fica comigo e sai dos meus olhos fechados, que era só desse jeito que eu conseguia te ver. Fica fora até que chegue novamente a hora de arrumar as gavetas e de novo te guardar... Eu sei que o conforto não será por muito tempo. Mas depois de sentir você assim com tanta cor, fico sem ter como te guardar novamente na caixinha. Uma gaveta só sua num armário que tenho no sótão do peito, é lá que fica você. É lá que fica tua lembrança, até que eu de novo te veja somente de olhos fechados... Porque de olhos abertos não posso mais te ver...

É... você também não deveria estar aqui, na minha gaveta".

Márcia Toito (12/12/2012) - 

http://armadilhasdotempoblogspotcom.blogspot.com.br/2012/12/somente-de-olhos-fechados.html

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Don't let me be misunderstood


Baby, you understand me now
if sometimes you see that I'm mad.
Don't you know that no one alive can always be an angel?
When everything goes wrong, you see some bad.

But I'm just a soul whose intentions are good;
oh Lord, please don't let me be misunderstood.

You know sometimes, baby, I'm so carefree
with a joy that's hard to hide.
And then sometimes it seems again that all I have is worry,
and then you're bound to see my other side.

But I'm just a soul whose intentions are good;
oh Lord, please don't let me be misunderstood.

If I seem edgy,
I want you to know,
I never meant to take it out on you.
Life has its problems,
and I get more than my share;
but that's one thing I never mean to do
'cause I love you.

Oh baby, I'm just human.
Don't you know I have faults like anyone?
Sometimes I find myself alone regretting
some little foolish thing;
some simple thing that I've done.

But I'm just a soul whose intentions are good;
oh Lord, please don't let me be misunderstood.

Don't let me be misunderstood.
I try so hard,
so don't let me be misunderstood.

(lyrics of B.Benjamin/S.Marcus/C.Cadwell . 
Played by Nina Simone)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Vítor Ângelo



Depois dos sorrisos
do encontro inexplicável
da mágica que uniu um dia,
e transformara dois em um,
coroava minha alegria agora
com a vitória
nomeada menino
fruto e símbolo do amor mais lindo
que vivi
e continuo vivendo.

Antes da hora
tal qual o inexplicável encontro
a tristeza da partida aparente
de quem me tornava outro
e era minha continuação
que vindo antes
das águas de março
não me permitiu o abraço
e retornou ao outro Pai
como um anjo. 


Amado
querido
desejado filho
agora em casa há o silêncio
onde se aguardava o sorriso
que copiaria o meu,
há o eco de nossas vozes
procurando explicação
mas o divino não se explica
e dilacera meu coração.

Mas não há trevas
onde só existiu amor
nem mais pode haver tristeza
de quem seria apenas alegria,
e de todo o desdobrar do negro
de que se tingiu nossos dias
vem agora a luz, o sol
do anjo que nos acompanha em vida
aguardando o reencontrar, um dia,
enquanto nos protegerá, pelos que restam.

Meu filho
agora é um anjo, uma luz,
a dar-me forças
para outros dias
a guiar-me
por outras trilhas
a fazer-me olhar
com mais encantos
tudo o que de belo já havia
e que agora mais que se revela.

Meu filho
deixa saudades
marcas
profundas e permanentes
lamentos
do embalar que faltou
do choro único ouvido
do resistir como prova final
do amor por mim
atônito defronte meu menino. 


Meu filho
deixa alegrias
interrompidas
mas eternas, guardadas
para outro instante
tão grandes como o amor
existido em pouco tempo
e para sempre
meses de convívio
que se cortaram em dor num único instante. 


Meu filho
vive
para sempre
no meu coração
insubstituível
vitorioso
angelical
com fé de um reencontro
um dia qualquer adiante
perante o outro Pai.

Meu filho
me guarda
me guia
e me ilumina
de fé
porquanto tanto amor é havido
e ainda há
que agora onde poderia existir dor
há mais por vir
de alegrias.

Te amo,
meu filho
ido tão menino
quando ainda registrava sua vinda
quando ainda imaginava-o pequenino
acariciado em meus braços
dormindo, ou a correr pela casa
e que habita agora outro lugar
mais junto de mim
no corte que se fecha, a cada dia,
no meu coração.

Te amo,
meu filho
e resisto agora pelo amor infinito
de quem em amor conjunto te trouxemos ao mundo
porque há duas formas para viver nossas vidas:

"Uma é acreditar que não existe milagre; 
a outra é acreditar que todas as coisas são milagres." (Einstein) 

Você, meu filho,
ido tão pequenino,
é o milagre que me faz acreditar na vida:
estou renascido com sua ida,
e amando, mais que nunca,
quem amando te fizemos gente e esperança.
Há luz e fé
no divino:
sou, de novo, um menino.


Papai Alexandre Nery (dezembro de 2002)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ao mestre, com carinho


Meus olhos vigilantes seguem cada passo dado por você,
cada movimento de seus lábios.

Quero aprender todas as lições que você souber me ensinar.
Quero apreender cada pedaço seu.
Descobrir você.
Enlaçar você.
Você...

Mestre, aqui o meu carinho.
Mestre, aqui o meu desejo: 
Tê-lo sempre à minha beira...

Desfaça seus laços e desembrulhe o presente que entrego com gosto.
Ao mestre, com carinho...

Naiana Carapeba (07/12/2012)

sábado, 1 de dezembro de 2012

O tempo e a cura


Você sabe quanto tempo foi gasto até eu me curar?
Quanto tempo de vida perdi
até que me fosse possível lembrar de nós
sem vacilar, sem marejar os olhos?
Você tem a mínima idéia do quanto necessitei arrastar-me,
até ter-me de pé novamente?
O tanto que me custou até que estivesse novamente inteira,
sem você?

E, agora, você me aparece de novo,
apenas para anunciar que está realmente de malas prontas...
E, agora, você me encontra de novo,
e me encanta de novo, 
apenas para ir para o outro lado do universo, de novo...

Você é apenas um imaturo,
fazendo coisas estúpidas -
matando-me tão lentamente quanto possível.


Naiana Carapeba (02/12/2012)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Fear




Are you afraid of me?
I'm crazy about you -
but I'm no totally nuts, you know?
So follow your dreams...
Fly with no fear...
Live the adventure of a secret spy -
with all the necessary glory -
wear a 007 tuxedo and drink your martinis.
A really beautiful blonde girl is waiting for you...
And when all that lunatic archetype is over, please, come back to me.
Do not forget about us.
Don't you ever forget about us.
Cause I'm crazy about you.
But I'm no totally nuts.
Be always aware of this huge difference ...


Naiana Carapeba (30/11/2012)


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Fome


Tinha fome.
Não propriamente de comida,
mas do corpo dela - e de sua boca.

Há tempos não a sentia assim,
indefesa e inteira, em seus braços -
há tanto sem abraços...
Um ano sem sentir o seu corpo,
procurando-o por todos os lugares -
há muito sem o encontrar...

Tinha sede.
Não propriamente de água,
mas de champagne - e de sua saliva.

Fome de encontros.
Encontros, encantos, feitiços -
e sempre uma chuva mansa a cair atrás da janela.

Naiana Carapeba (28/11/2012)

Modigliani

(Modigliani - Self-portrait- 1919) 

“Do you know what love is?
Real love?
Have you ever loved so deeply that you would condemn yourself to an eternity in hell?
I have".

(Modigliani - The film)

"Você sabe o que é o amor?
Amor de verdade? 
Você já amou tanto que se condenou à eternidade no inferno?
Eu amei".

(Modigliani - Paixão pela vida)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Banimento


A solidão me invade a alma.
Denunciada e, sem defesa, 
submeto-me à pena de banimento que me foi imposta.
Reflexo sempre e sempre repetido
das ofensas que minha presença conquistou -
vida tão complicada,
em opiniões acidamente explícitas...

Executada, quedo após ter sido julgada.
Presa indissoluvelmente aos efeitos
de minha continuada revelia....

Perdoem-me.
Se é certo que não compareci para apresentar minhas razões,
também o é a existência de muitos e tamanhos vícios.
Frutos de mal-entendidos que reuni à minha volta -
pisadas sempre firmes,
em resoluções tanto quanto indelicadas...


Naiana Carapeba (26/11/2012)

sábado, 24 de novembro de 2012

Confusão



Não me confunda com tantos tipos que passam pelos seus caminhos...
Não me confunda com tantas histórias que rondam sua cabeça...

Não me confunda...
Erra-me.

Naiana Carapeba (24/11/2012)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Perdas e danos


A chuva desaba em mim -
e deixa tantas perdas e danos a administrar...

Não há nada além do céu a despejar seus insultos.
Não há mais bênçãos.
Não.

Apenas a tempestade me encharcando -
e uma sensação amarga de que a vida me foi carregada pela correnteza...


Naiana Carapeba (19/11/2012)

domingo, 18 de novembro de 2012

Quer, não quer


Quer, não quer... 
Quem não quer?...
Bem me quer, mal me quer... 
Bem me quer, nem me quer... 
Quer?

Naiana Carapeba (18/11/2012)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Obrigada


Ei, eu queria agradecer...
Por tantas bênçãos que, de pronto, não consegui identificar.
Apesar do preço vil que você pagou ao arrematar meus bens.
Obrigada por levar o meu bem...

Desculpe a demora da gratidão,
mas as lágrimas que me turvavam a vista
não me permitiram identificar imediatamente
quantas graças me presentearam com a ausência que você me proporcionou.
O tanto que ganhei com a falta que você me impôs.

No início, agarrei-me às pernas que me deixavam
- e lamentei e me arrastei e supliquei -  
entregando, como imposto, o meu sexo, o meu corpo e o meu desejo sonolento.
Em vão e inutilmente...

Em vão, mendiguei amor.
Implorei por tudo e tanto que deveria receber gratuita e voluntariamente.
Por migalhas.
Por quase nada.

E, por isso, eu queria realmente agradecer...
Pelo alívio que corroeu, no instante que você levou o meu bem, minhas correntes de escrava em perversa submissão.
E, então, livre e solta, reencontrei o desapego de quem ainda tem toda uma vida pela frente.
Recompus-me em leveza e frescor.
Finalmente, descobri que eu posso muito mais do que você...

Você...
Ah! Você...
Lançada a uma aventura cuja preço aviltante você ainda não pode quantificar.
Mas as escolhas foram feitas por você.
Elas residiam em suas mãos. Apenas em suas mãos.
E, nem mesmo a visão de toda a destruição que você iniciou,

impediu-a de invadir o meu campo, em  marcha marcial.
Iniciando batalhas que eu sequer imaginava existir...
Dando cabo a penas que não me permitiam progressão de regime...

Mas os dias se sucederam,
e eu pude vivenciar tantas bênçãos.
Agradeço por me permitir espantar o cotidiano tédio,
obrigando-me a espanar a poeira que me cobria inteira...
E a trilhar novas trilhas.
E a virar novas curvas.
E a descobrir novas estradas.
Reinventar-me, enfim.

Por isso, obrigada.
Você me libertou do ônus da oferta -
apesar da recusa certa e solene. 
Presenteou-me com liberdade,
e tantas e tantas novas oportunidades. 
Obrigada por levar o meu bem...

Sem ele, estou livre de amarguras -
e do peso imenso de uma âncora fundamente fincada no Cabo das Tormentas.
Obrigada por me libertar de mãos que me sufocavam a ponto de eu não mais perceber minha vida a se esvair tão lenta e continuamente...

Quanto a você, desculpe, mas não há boas notícias...
Eu sei o seu destino de cor.
E, sinto muito que eu possa dizer, de antemão,
que ele é muito menos glorioso do que supõe a sua vã filosofia...


Naiana Carapeba (13/11/2012)




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Objetivos



De tanto procurar, um dia se encontra
o que se ansiou demasiadamente -
até a alma cansar.

De tanto atirar, um momento se acerta
o alvo que constantemente mirou -
até o olho cegar.

De tanto almejar, finalmente se alcança
a peliça para alisar incessantemente -
até a mão sangrar.


Naiana Carapeba (12/11/2012)


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Reflexões


Ainda que eu não o temesse,
o certo é que senti o fôlego faltar quando o vi:
Diferente. Seguro. Quase prepotente.
E, mesmo assim, completamente equivocado...

Ainda que eu não lhe quisesse mal,
o certo é que senti o seu ódio refletir em mim:
Direto. Indubitável. Funesto.
E, ainda que distante, senti-me mortalmente ferida...

Sua presença fez-se impor
- à revelia de todos que lhe custaram tanto um dia -
e a de todos aqueles que você também trouxe consigo.
Tudo a denunciar novas escolhas, novos caminhos trilhados -
e tantos e tamanhos enganos...

Naiana Carapeba (05/11/2012)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Hurricane


Toda a sua intensidade caiu sobre mim:
um massacre incessante...

Toda a sua magnitude desabou sobre minha vida:
não me foi possível fugir,
apesar de todos os avisos...

Você chegou pelo mar - 
em toda a sua plenitude...
Arrastou meus edifícios,
massacrou minhas avenidas...
Alagou-me.

Você chegou pelo ar -
em sua medida máxima...
Deixou-me sem forças,
sem energia.
Sem resistência alguma...

Após castigar-me com toda a sua força,
você não se despediu propriamente:
fulminou-me sem piedade.

E, então, destroçada e inerte, aguardo sua partida.
Com ela, todos os meus esforços novamente serão focados: 
tudo será reconstrução. 
E todas as coisas serão recolocadas em seus lugares:
como sempre estiveram...

Naiana Carapeba (30/10/2012)

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Eu deserto


Você irá me reconhecer?
Ao cruzar com meus olhos cegos,
minha face coberta de pó - 
restos de terremotos, escombros, que caíram sobre mim...

Você irá me buscar?
Ao perceber meus braços estendidos,
mumificados de tanta espera - 
rígidos, inertes e, agora, incapazes de o abraçar...

Eu fugirei.
Meu eu, deserto e insólito.
Meu eu, solidão e inóspito.

Eu deserto.

Naiana Carapeba (26/10/2012)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Madrugada


Acordei e não o vi -
a luz, preguiçosa, não tinha ainda assumido sua plenitude rosa.
Esgueirava-se, precoce e tímida,
subindo por seu corpo deitado...

Acordei e não o tive -
seu cheiro, intenso e rude, penetrava fundo minhas narinas abertas.
Convidava, insistente e arrogante,
como cantiga, apoderando-se de minha consciência tardia...

Finalmente desperta, lancei-me às batalhas que o dia me entregou.
O desejo jogado num canto,
esquecido nas cobertas mornas,
na bagunça da madrugada que alvorecia, bem atrás de mim...

Naiana Carapeba (22/10/2012)

Madrugada

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mudança


Abro suas portas, na expectativa que tragam novos sonhos.
Cada passo dado, exaustivamente pensado,
carrega imensas expectativas - toda a minha história...

Abro suas janelas, aguardando que desfraldem novos horizontes.
Cada esquina, escolhida minuciosamente,
traz consigo pequenos detalhes - que mudam completamente a imagem que se forma à minha frente...

Novidades, aventuras e paixões - 
venham e habitem minha nova morada.


Naiana Carapeba (18/10/2012)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Poderia ter sido eu


Os olhos em volta, ziguezagueando,
a dar giros na própria órbita...
Os lábios umedecidos, pedintes,
a língua solta a falar...

"Poderia ter sido eu" - é tudo o que você pensa -
apropriando-se de meus sonhos, de minha vida.

"Poderia ter sido eu" - é tudo o que escapa de si -
como um sopro de ganância, a invadir meu espaço.

Suspiro, calada, abanando a cabeça -
tem dias que eu gostaria, realmente, que tivesse sido você...

Naiana Carapeba (17/10/2012)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sua presença


Não me adiantou ignorar sua presença,
girando sobre mim em círculos desconexos -
dia após dia, incessantemente...

Não me adiantou ignorar seus avisos,
cada dia mais frequentes e,
a cada vez, mais e mais incisivos...

Você chegou com o raiar do sol -
escancarou minha vida em janelas, 
arrancou definitivamente a putrefação que se escondia nos cantos de minha alma.

Renovação a afastar meus momentos funestos...
Morbidez sepultada por sua presença aterrorizante...

Naiana Carapeba (15/10/2012)

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