terça-feira, 10 de maio de 2011

Vítor Ângelo


Depois dos sorrisos
do encontro inexplicável
da mágica que uniu um dia,
e transformara dois em um,
coroava minha alegria agora
com a vitória
nomeada menino
fruto e símbolo do amor mais lindo
que vivi
e continuo vivendo.

Antes da hora
tal qual o inexplicável encontro
a tristeza da partida aparente
de quem me tornava outro
e era minha continuação
que vindo antes
das águas de março
não me permitiu o abraço
e retornou ao outro Pai
como um anjo. 


Amado
querido
desejado filho
agora em casa há o silêncio
onde se aguardava o sorriso
que copiaria o meu,
há o eco de nossas vozes
procurando explicação
mas o divino não se explica
e dilacera meu coração.

Mas não há trevas
onde só existiu amor
nem mais pode haver tristeza
de quem seria apenas alegria,
e de todo o desdobrar do negro
de que se tingiu nossos dias
vem agora a luz, o sol
do anjo que nos acompanha em vida
aguardando o reencontrar, um dia,
enquanto nos protegerá, pelos que restam.

Meu filho
agora é um anjo, uma luz,
a dar-me forças
para outros dias
a guiar-me
por outras trilhas
a fazer-me olhar
com mais encantos
tudo o que de belo já havia
e que agora mais que se revela.

Meu filho
deixa saudades
marcas
profundas e permanentes
lamentos
do embalar que faltou
do choro único ouvido
do resistir como prova final
do amor por mim
atônito defronte meu menino. 


Meu filho
deixa alegrias
interrompidas
mas eternas, guardadas
para outro instante
tão grandes como o amor
existido em pouco tempo
e para sempre
meses de convívio
que se cortaram em dor num único instante. 


Meu filho
vive
para sempre
no meu coração
insubstituível
vitorioso
angelical
com fé de um reencontro
um dia qualquer adiante
perante o outro Pai.

Meu filho
me guarda
me guia
e me ilumina
de fé
porquanto tanto amor é havido
e ainda há
que agora onde poderia existir dor
há mais por vir
de alegrias.

Te amo,
meu filho
ido tão menino
quando ainda registrava sua vinda
quando ainda imaginava-o pequenino
acariciado em meus braços
dormindo, ou a correr pela casa
e que habita agora outro lugar
mais junto de mim
no corte que se fecha, a cada dia,
no meu coração.

Te amo,
meu filho
e resisto agora pelo amor infinito
de quem em amor conjunto te trouxemos ao mundo
porque há duas formas para viver nossas vidas:

"Uma é acreditar que não existe milagre; 
a outra é acreditar que todas as coisas são milagres." (Einstein) 

Você, meu filho,
ido tão pequenino,
é o milagre que me faz acreditar na vida:
estou renascido com sua ida,
e amando, mais que nunca,
quem amando te fizemos gente e esperança.
Há luz e fé
no divino:
sou, de novo, um menino.


Papai Alexandre Nery (dezembro de 2002)

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