domingo, 22 de maio de 2011

O tombo está no passo da bailarina



Seria tão fácil se todas as obras nascessem acabadas.
Mas, não. A história apenas se concretiza no seu desenrolar.
Os caminhos exigem o passo após passo.
A dança exige a música certa a tocar.


Mas nem sempre o ritmo que se propõe é o desejado.
Literalmente...


Não se esqueça, contudo, que as janelas que se abrem são as mesmas que fecham portas.
E que as frestas que permitem um vislumbre do paraíso são as mesmas que descortinam o purgatório.


O que fazer, então?
Interromper a caminhada, se a vontade é correr e correr -
E trilhar toda a trilha...
E encontrar o caminho certo.
E desvendar as estradas que se apresentam à frente, e ao lado, e atrás.
Dançar as músicas todas até o fim. Nota após nota. Em cada compasso...


E agora, o que me dizes?
Que o tombo não valeu o passo da dançarina?
E agora, José?
Agora, que a música cessou,
O que fazer se não há obras primas nesta história?
E, principalmente, como saber, se o espetáculo ainda não acabou?


Calma. Ainda é primeiro ato.


Naiana Carapeba (22/05/2011)

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