sábado, 30 de julho de 2011

Nicolas



Meu pequeno
Em seus sonhos de selva:
mamutes e leões e zebras
em combate.


Meu pequeno
Em suas fantasias de super-heróis:
capas e espadas e máscaras
em ação.


Meu pequeno
E meu coração transbordante:
amor e paixão e ternura
de mãe.


Naiana Carapeba (30/07/2011)

Opressão


O exercício cruel do poder que depositei em suas mãos
me oprime...

A necessidade incessante de fazer-se contrário a qualquer solicitação
me oprime...

E não há antagonismo construtivo sendo exercitado.
Tudo leva à destruição...

Dos meus sonhos.
Do meu mundo.
Do meu ser.

Naiana Carapeba (30/07/2011)


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Vislumbre



Ontem tive um vislumbre de nossas vidas.
Tantos desencontros,
tantos conflitos...


Ontem entrevi nossos destinos.
Tão misturados no início,
mas já desconectados há tanto tempo...


Ontem, de relance, percebi sua loucura.
Já tão evidente...


Ontem, percebi o quanto estou cega.
Há tanto tempo...


Haverá volta?


Ontem tive um vislumbre de você.
Mas não gostei nada do que eu vi.


Naiana Carapeba (29/07/2011)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O medo


O novo dá medo.
O que não reconhecemos.
O que não esperamos.
Tudo isso dá medo.


Medo.
Medo.
Medo...


Você.
Você me apavora.


Naiana Carapeba (27/07/2011)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Viva la vida



I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemy's eyes
Listened as the crowd would sing
"Now the old king is dead! Long live the king!"

One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs is singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field

For some reason I can't explain
Once you'd gone there was never
Never an honest word
That was when I ruled the world

It was the wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in
Shattered windows and the sound of drums
People couldn't believe what I'd become

Revolutionaries wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field

For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world

Oh, oh, oh, oh, oh

Hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror, my sword and shield
My missionaries in a foreign field

For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world

(Cold Play - performed by Chris Martin)

domingo, 24 de julho de 2011

A cura



Hoje amanheci curada de mim mesma...


Naiana Carapeba (24/07/2011)

sábado, 23 de julho de 2011

Desconhecidos



Ao abrir da porta
Encontrei-a fria,
Encontrei-a morta.


Mesmo assim,
como que por hábito,
todas as luzes voltaram-se para você.


A sua juventude interrompida...
A sua genialidade indômita...
E a multidão a adorar você.
Ainda agora.


Os desconhecidos, contudo,
descansam gelados nas gavetas do necrotério.
Sem trégua. 
Para eles todas as luzes se apagaram,
efetivamente.


Naiana Carapeba (24/07/2011)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vento





Esse poema
é pra dizer
que você pode me perder


- a qualquer momento.


Pareço forte
como um leão
mas na verdade,
sou tão frágil
quanto
um dente-de-leão.

Tenho medo do vento
no rosto,

de ser despedaçada
por um sopro,

de ser só uma lembrança
até cair no esquecimento.

Você pode me perder
a qualquer momento.
--
Kenia Cris - Belo Horizonte
(http://poesiatorta.blogspot.com/)

Shhhhhhh!!!



Psiu! Psiu!
Shhhhhhh!!!


Naiana Carapeba (22/07/2011)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Don't you remember




When will I see you again?
You left with no goodbye, not a single word was said,
No final kiss to seal any sins,
I had no idea of the state we were in,

I know I have a fickle heart and bitterness,
And a wandering eye,
And a heaviness in my head,

But don’t you remember?
Don’t you remember?
The reason you loved me before,
Baby, please remember me once more,

When was the last time you thought of me?
Or have you completely erased me from your memory?
I often think about where I went wrong,
The more I do, the less I know,

But I know I have a fickle heart and bitterness,
And a wandering eye,
And a heaviness in my head,

But don’t you remember?
Don’t you remember?
The reason you loved me before,
Baby, please remember me once more,

Gave you the space so you could breathe,
I kept my distance so you would be free,
In hope that you’d find the missing piece,
To bring you back to me,

Why don’t you remember?
Don’t you remember?
The reason you loved me before,
Baby, please remember me once more,

When will I see you again?

(performed by Adele)

Boys



Meus meninos têm olhos dourados
a me vigiar.
Meus meninos se escondem
em poços de mel derretido.
Meus meninos são os meus amores reais.
São ouro líquido sem cotação em bolsa...


Meus meninos são iguais.
Mas, em suas especificidades, são tão diferentes...
São todos bravos!
Todos fortes!
Mas ao final do dia,
todos eles dormem seus sonhos verdes,
embalando sua felicidade recém-inaugurada...


Meu meninos agarram-se no meu abraço.
Junto a mim, aquietam-se, enlaçados.
Meus meninos, tão meus...
Enquanto meu coração bate forte
e pede a eternidade destes minutos...


Naiana Carapeba (21/07/2011)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Turning Tables


Close enough to start a war
All that I have is on the floor
God only knows what we're fighting for
All that I say, you always say more

I can't keep up with your turning tables
Under your thumb, I can't breathe

So I won't let you close enough to hurt me
No, I won't ask you, you to just desert me
I cant give you what you think you gave me
It's time to say goodbye to turning tables
To turning tables

Under haunted skies I see you ooh
Where love is lost, your ghost is found
I braved a hundred storms to leave you
As hard as you try, no, I will never be knocked down

I can't keep up with your turning tables
Under your thumb, I can't breathe

So I won't let you close enough to hurt me, no
I won't ask you, you to just desert me
I cant give you, the heart you think you gave me
It's time to say goodbye to turning tables
Turning tables

Next time I'll be braver
I'll be my own savior
When the thunder calls for me
Next time I'll be braver
I'll be my own savior
Standing on my own two feet

I won't let you close enough to hurt me, no
I won't ask you, you to just desert me
I cant give you, what you think you gave me
It's time to say goodbye to turning tables
To turning tables
Turning tables, yeah
Turning ohh

(performed by Adele)

Digestos e gramáticas



Não tenho como conjugar este débito.
Meu verbo é transitivo indireto.


Naiana Carapeba (20/07/2011)

O universo e a burca



Assusta descobrir que ao nosso lado

há todo um mundo desconhecido.
Um universo paralelo.

Assusta descobrir que ao nosso lado
caminha alguém a quem não conhecemos efetivamente.
Embora ao nosso lado, desde sempre.

Não se pode, porém, querer
que as correntezas sigam apenas subterrâneas.
Não se pode, porém, desejar
que o outro se encolha, quieto, ensimesmado.

O universo existe.
De fato.
Não o irá deixar de ser,
apenas por teres recolhido o telescópio.

Deixemos, pois, a burca para quem nela acredita.

Naiana Carapeba (20/07/2011)

Spots e Luzes


Recados postados
ao mundo
Segredos expostos
sem vírgulas
a quem puder te decifrar

Temores
e amores
sem aparente significado
a quem te visitar
Recados postados
ao mundo
ou apenas a mim

Segredos expostos
sem vírgulas
que não consigo entender
Ou que decifro
ainda que negues a quem se destinam

Sem aparente sentido
a quem te visitar
são frases perdidas em linhas
arrobas e símbolos
datadas em marcas
das dores ou alegrias
que antes sentira

Nas datas que nada anunciam
e confiam
no desconhecido
ou no esquecido
pra nada afirmarem

Ou assim reafirmas
nos signos
palavras
e datas
tudo o que há acontecido
ou sentido
E não apenas dito

Como se os recados postados
Mais que imagens
Versos
Ou datas
Fossem
por tudo isso
O anúncio amargo
Dos teus sentires

Como se todo o negado
Ou o legado
Nas páginas dos dáblios em desalinho
Fossem apenas o diário
do que já não importa
ficar além de nós
Ou de ti

Temores
E amores
que já não guardas pra mim
Ou que já revelas por ti
a quem quiser vir
comentar como sinto
sem nem saber que existo

Ou quiçá desconfiam
que por trás das tuas páginas
há alguém a quem diriges
mais que mensagens
Recados
Do que já não queres exprimir
se não assim

Porque não se pode confundir
O não dito
como se houvera repetido
Nem o querido
com o maldito
O sonho havido
como esquecido

Nem se pode querer
que teu tempo cedido
é agora perdido
no meu querer
te querer

Nem se pode querer
que no teu desatino
fixes a ti um destino
que era tão meu
como teu

Nem se pode querer
que na ida sozinho
aonde ía contigo
haverá alegria
Ou luz depois

Se o desejo de antes
já agora segredos
expostos
em siglas e outros símbolos
continuava antes igual
Enquanto agora tão parcial

Como desejo de um
e não mais de mim
Não porque não o deseje
mas porque no ensejo
O tirastes de mim

E revelas
sem perceber
quantas mágoas persistem
Apenas porque na madrugada
em meio à luz
ainda não dormi
nem comecei o meu sonho
de te querer junto a mim
aqui ou ali
como mera atriz
figurante
ou meretriz
na cidade em que diz
ir agora por si

Trilhos
e trilhas
que não consegui seguir por um triz
e que antes num sonho
ou num poema distante
Nem perceberas
como te queria junto a mim

Trilhas
e sonhos
nos quais encantados
nas imagens marcadas

aguardava por ti
mais que poemas
como companhia a seguir

Trilhas
e sonhos
que os guias marcados
doravante rasgados
roubastes de mim

E que publicas ao mundo
como se nada fosse
como se mero arroubo
de poeta em namoro
com palavras sem fim

Recados postados
segredos largados
a quem se confundir
Ou palavras marcadas
por quem me prometi
e também achava assim

Que me ía querer
aqui ou ali
sempre
pra se divertir
e agora caminha
pra destino distante sem mim

Que anota um recado
ou tira uma foto
um rótulo
um tolo
em si

Que anota uma rua
monumentos
boulevards
momentos sem mim

E remete a todos
sem nem perceber
Ou assim
Como me feri
sozinho, aqui.

(Alexandre Nery - 19.07.2011)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Jorge Luís Borges



“Não criei personagens. Tudo o que escrevo é autobiográfico. Porém, não expresso minhas emoções diretamente, mas por meio de fábulas e símbolos. Nunca fiz confissões. Mas cada página que escrevi teve origem em minha emoção”.



(Jorge Luís Borges)

A paz e a corda bamba



Escolhas limitam nosso universo,

condicionam nosso cotidiano.
E, por isso, são difíceis.
De fazer, sustentar, e vivenciar...

Talvez a racionalidade tenha se imposto...
Para quê tanta confusão?
Ou talvez seja o império da emoção...
Para quê fechar os portões do universo?
É melhor chegar à curva das esquinas da vida, 
e aguardar outros encontros...
Melhores?

Na verdade, não importa.
No final, não são os motivos que contam.
São os atos.

O que está estampado em cada negativa, porém,
é o arrependimento da escolha que fez.
Ainda que apenas em pensamentos...
Ainda que em mera hipótese...

E é isso que o faz correr, e correr, e correr...
Se afastar.
E fugir, e fugir, e fugir...
Numa busca sem fim...
Ainda que você nem saia do lugar - ou dos trilhos.

Não. Não há um único minuto disponível
para quem havia prometido toda uma vida...

A paz está na corda bamba.

Naiana Carapeba (19/07/2011)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Individualidade



Não se pode confundir
Individualidade com desrespeito.


Não se pode confundir
Impossibilidade com exclusão.


Não se pode confundir
Expressão com realidade.


Não se pode confundir...


Pois já há tanto o que nos condiciona.
Há tanto o que nos impede uma vida plena.
Há tanto, já...


Não se pode acrescer mais receios, 
tanto mais os infundados,
aos temores que já temos.


Naiana Carapeba (18/07/2011)

domingo, 17 de julho de 2011

Adequação vocabular


Pegada.
Ainda que não seja a minha palavra preferida -
Ou a sua...
Às vezes, simplesmente é a mais adequada.


Naiana Carapeba (17/07/2011)

Realmente, tudo terminou



Realmente, tudo terminou.
E já era o momento adequado.
Pois os capítulos desta saga de aventuras já se faziam repetir,
monocordicamente, sem emoções.


Realmente, tudo terminou.
E já não era sem tempo.
Pois não havia mais novidades a alimentar essa sua vontade insaciável,
por tudo o que não pode ter.


Essa fome, essa sede insatisfeita,
que o faz correr por todos os lugares,
sem saber onde se fixar.


De longe, havia tanto a decifrar...
Um livro inteiro de mistérios e encantos a aprender...
Mas seus feitiços, de perto, mostraram-se postiços.
Eram meros encantos fatais...
Operados com a maestria de quem joga pelo prazer de jogar.
De quem aposta apenas para quebrar a banca.


I do.


Seus poderes mágicos quase me fizeram pular de uma ponte...
Em fascinação que me prendia estática e em transe...


I do.


Mas, aprendi com você que, para todo feitiço, há uma poção capaz de o exterminar.
E, neste sentido, sua ausência é o melhor presente que eu poderia ganhar.
E, por isso, agradeço imensamente pela crise de abstinência.
Pelo tratamento de choque.


Ao seu retorno, já vai me encontrar refeita.
Seu vício, superado. 
Seu magnetismo, anulado.
De vez...


Não me encontrará novamente,
A vagar pelas ruas,
A buscar-te pelas esquinas, 
sem sossego, sem paz.

Realmente, tudo terminou.
Agora, suas lembranças trazem em si apenas um gosto amargo.
Mas a vivência já me ensinou:
Basta hidratar-me bastante.
Muita água. Muita água. Muita água.
E mais alguns banhos de água fria.
A ressaca já vai passar.


Naiana Carapeba (17/05/2011)

sábado, 16 de julho de 2011

Carta não enviada - Cadernos de Luísa


"Quanto tempo já passou desde aquela praia, aquela igreja, aquela estação? Teu tempo é diferente do meu. É marcado por conta gotas, ampulheta antiga, relógio cuco, domingo de tarde numa pracinha em alguma cidadezinha do interior. Meu tempo é líquido, corre rápido, cronômetro de corrida de curta duração, mover-se-é-estar-vivo.
Espera.
Preciso daquela música, daquele filme, pra te escrever.
Não, não te escrevo. Escrevo pra mim. Num papel de carta da minha infância. Depois guardo com as outras cartas que eu nunca te enviei.
Ops, lembrei agora, eu queimei as cartas. Será apenas esta então, a não enviada. Vai ser guardada num livro qualquer da estante. Não, não um qualquer, aquele que me destes, do personagem que não vem. Vieste, ao contrário dele. E foste, veloz - Dentro da noite veloz, mais um livro comprado pra ti e não entregue. Devia ter queimado com as cartas. E os filmes. E o vestido branco. Sim, seria uma grande fogueira.
Então te coloco no passado, meu querido Gasparzinho, fantasma maior.
Diferente das demais vezes, não sumiste silenciosamente para depois voltar com alguma desculpa surreal. Foi mordido por aranhas não catalogadas? Menino um bocadinho mais valente, foi objetivo como uma seta: vamos nos afastar. Não foi uma sugestão, foi um aviso. Devo agradecer pela delicadeza e cuidado recém adquiridos? Perdoa-me por me dispensares, meu bem. Sem lirismo, sem poesias, sem paisagem bonita de fundo. É apenas um adeus, Luísa. Guarde as páginas desta história - penosa demais, dramática demais - em alguma gaveta e vá adiante.
Meu relógio líquido registrou um bocado de tempo. O teu, quem sabe, pensa que foi ontem. Nunca entendi tua noção (canhestra) de tempo.
Rejeição brutal e profunda. As coisas seguem, que faço eu?
Penso em ti cada vez menos. Creio (agora) que sempre colori muito o que fomos. Foi mais sombrio e pesado, com mais pranto do que riso. Para mim. Mas isso é problema meu, não?
Então recebo aquele teu bilhete amassado e num suspiro dolorido penso: - Para quê?
Respondo num ímpeto, sentindo um cansaço hercúleo - e eu nem tive êxito em nenhum dos trabalhos,  só sinto um gosto turvo de fracasso, por tudo o que não fomos. Não sinto mais raiva, apenas fadiga. Escreveste que continuas a me buscar. Eu não acredito, eu não vejo, eu não sinto. Isso que é amor? O que seria o contrário?
Ocorre-me agora, neste dia de sol, que te escrevo esta carta-pra-mim pois em breve vou conhecer a tua Praga. Teu espelho de mundo. Sentirei carinho ao lembrar-me de ti, quando estiver lá? A doçura secou, acho. O anel que tu mes destes era de vidro. Quebrou.
Enfim (eu falo de fim o tempo todo, não?)...
Luísa
Esta estação."

(http://vemcaluisa.blogspot.com/
2011/07/carta-nao-enviada-cadernos-de-luisa.html)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Promessas



Promessas de futuro
Contrapondo-se ao presente.


Promessas de eternidade
Contrapondo-se a instantes.


Promessas de vida
Contrapondo-se às perdas...


Yes. I do.


Naiana Carapeba (15/07/2011)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Lêdo Ivo


A necessidade

Uma porta fechada não é suficiente para que o homem
esconda o seu amor. Ele também necessita de uma porta aberta
para poder partir e se perder na multidão quando esse amor explodir
como o barril de pólvora no arsenal alcançado pelo raio.
Um telhado não basta para que o homem se proteja
do calor e da tempestade. Para fugir ao relâmpago
ele precisa de um corpo estendido na cama
e ao alcance de sua mão ainda temerosa
de avançar no escuro quando a chuva cai no silêncio do mundo aberto como uma fruta
entre dois estrondos.
Na noite que declina, no dia que nasce,
o homem precisa de tudo: do amor e do raio.

Necessities

A closed door is not enough for a man 
to hide his love. He also needs an open door
so he can leave and lose himself in the crowd when that love explodes
like a barrel of powder in the arsenal hit by lightning.
A roof is not enough to protect a man
from heat and storm. To flee the thunderbolt
he needs a body stretched out in bed
and within reach of his hand still afraid
to advance in the dark as the rain falls on the silence of the world open like a fruit
between two thunderclaps.
In the night that falls, in the day that breaks,
man needs it all: love and the lightning bolt.

(http://marcocoiatelli.blogspot.com/
2010/06/necessidade.html)

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