Realmente, tudo terminou.
E já era o momento adequado.
Pois os capítulos desta saga de aventuras já se faziam repetir,
monocordicamente, sem emoções.
Realmente, tudo terminou.
E já não era sem tempo.
Pois não havia mais novidades a alimentar essa sua vontade insaciável,
por tudo o que não pode ter.
Essa fome, essa sede insatisfeita,
que o faz correr por todos os lugares,
sem saber onde se fixar.
De longe, havia tanto a decifrar...
Um livro inteiro de mistérios e encantos a aprender...
Mas seus feitiços, de perto, mostraram-se postiços.
Eram meros encantos fatais...
Operados com a maestria de quem joga pelo prazer de jogar.
De quem aposta apenas para quebrar a banca.
I do.
Seus poderes mágicos quase me fizeram pular de uma ponte...
Em fascinação que me prendia estática e em transe...
I do.
Mas, aprendi com você que, para todo feitiço, há uma poção capaz de o exterminar.
E, neste sentido, sua ausência é o melhor presente que eu poderia ganhar.
E, por isso, agradeço imensamente pela crise de abstinência.
Pelo tratamento de choque.
Ao seu retorno, já vai me encontrar refeita.
Seu vício, superado.
Seu magnetismo, anulado.
De vez...
Não me encontrará novamente,
A vagar pelas ruas,
A buscar-te pelas esquinas,
sem sossego, sem paz.
Realmente, tudo terminou.
Agora, suas lembranças trazem em si apenas um gosto amargo.
Mas a vivência já me ensinou:
Basta hidratar-me bastante.
Muita água. Muita água. Muita água.
E mais alguns banhos de água fria.
A ressaca já vai passar.
Naiana Carapeba (17/05/2011)
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