Falaram-me de você.
Da sua arrogância,
da sua prepotência.
De uma maneira tão desagradável,
que, a princípio, eu quase não o reconheci...
Era outra pessoa me sendo descrita.
Com interesses tão discrepantes,
com imaginação tão fértil,
que, num primeiro momento, eu não o enxerguei na tela que me era pintada em cores tão intensas...
Falaram-me de você.
Longamente e com propriedade...
E, de repente, tudo fez sentido.
Num instante, vislumbrei o quanto de desrespeito,
o quanto de egoísmo, o quanto de individualidade houve.
Falaram-me de você.
E de tudo o que você falou.
Em bravatas que poderiam destruir tudo o que me é mais caro.
E, enquanto eu ouvia, percebi, de forma lamentável,
que você apenas estava sendo você mesmo...
Por isso, vislumbrei porque nunca houve propriamente algo além de você.
Da sua vontade, do seu imediatismo, dos seus desejos sendo satisfeitos.
Sua imagem esvaneceu como pó.
Nunca houve nada além da miragem,
do assombro que segui até o fim do horizonte...
...apenas para ver dissolver perante mim.
Naiana Carapeba (24/10/2011)
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