Hoje acordei com vontade de me misturar a você.
Entrelaçar nossos versos,
de uma forma que não fosse mais possível identificar o meu começo no seu sempre terminar.
Entremear nossas pernas,
de um modo que houvesse baile-natação na nossa cama molhada.
Há sempre esse desejo, que me acode quando chove lá fora...
Hoje acordei com vontade de me doar a você.
Submeter meu desejo à sua gula desenfreada,
grudar o canto de nossos lábios em juras de eternidade sempre e sempre desrespeitadas.
Afogar-me em seu peito ancião,
na calma de uma realidade paralela que nos escapa a compreensão.
Há sempre essa cantiga, que me ressoa quando fico só...
Hoje acordei sob o peso de sua partida.
A leveza contraditoriamente a me sufocar a alma,
com tanta falta, com tanto espaço.
Há tanto vazio à minha volta...
Há tantos nãos nos meus ouvidos...
Há tanto nada nas minhas entranhas...
Sinto falta de nosso potpourri,
nossa colcha de quilt,
em sentimentos justapostos,
em misturas de versos desconexos,
como nossas vidas bagunçadas em contra-mão...
Naiana Carapeba (16/01/2013)
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