quarta-feira, 18 de abril de 2012

Último bastardo


Morava, prostrado, embaixo de uma árvore frondosa
que ladeava meu caminho diário, 
o último dos bastardos de nossa pátria-mãe -
de quem não conheceu gentilezas ou canduras...
Seus olhos tristes,
de animal abatido pela labuta sem trégua,
perguntavam-me se a tristeza era uma possibilidade,
uma escolha válida.
Cansada de minha própria impotência,
respondi-lhe que tudo era possível,
à exceção do desespero que paralisa,
da indignidade que se espalha e
da morte que contamina.


Naiana Carapeba (18/04/2012)

Um comentário:

  1. Lindissimo Texto !!!
    Semana que vem coloco no Blog !!!
    Parabens !!!
    Cada vez melhor !!!

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