quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Último ato



Sinto-me como um filme,
em plena revelação.

Agentes reveladores me embebedam o corpo.
Minha alma.
Meu ser inteiro.
E tentam fixar uma imagem latente...
Ainda invisível, embora também essencial.

O trabalho, porém, segue em vão. 
Nada há a ser revelado neste filme.
A pose - que era toda para você, lembra? - ninguém viu.
O momento se perdeu.

Não se trata de incompatibilidade química.
Não havia necessidade de interromper o efeito revelador.
Não era necessário maestria para encontrar o contraste perfeito.
Ou apenas correto.
Não mesmo.

Essa a verdade:
Crua. Nua. Sombria.
O espetáculo, caríssimo, terminou.

Naiana Carapeba
(30/11/2011)

2 comentários:

  1. Lindo flash, Naiana. Ainda que aparentemente nada tenha se revelado, a perda também é uma dádiva. Pois tudo que se perde há que se ter um propósito. E tudo que se perdendo seja o melhor destino. Então, do obscuro filme, se revela o que há de melhor em você. A força e a integridade para brilhar em outro espetáculo, outro momento. Bjs, Moran

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  2. Mesmo em era digital, ainda estamos às voltas com filmes em revelação... E, assim, qualquer superexposição pode fazer perder todo o trabalho. Neste sentido, a perda é também livramento. gostei que vc gostou...

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