segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sonhos em silêncio

O grito - Edvard Munch

Perdi-me em um deserto de palavras.
O silêncio e a cegueira me consumiram
qualquer possibilidade de contato com o mundo exterior.
Mergulhei em transe, ensimesmada -
uma pausa longa, em minha pulsação básica.
Nenhum acorde foi executado.
Minha melodia cessou.
E, o ritmo do vento que me envolvia, inteiramente,
definiu o andamento elástico de minha composição surda.


Apesar dos sonhos em silêncio,
as sombras em minha visão ainda me perseguem - 
em sua pinceladas largas, apesar de inseguras,
transfiguram meu quadro barroco em expressionista.
Cá estou.
Minha compulsão externada, mais uma vez,
na pintura de meus próprios tormentos.


Naiana Carapeba (28/11/2011) 

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