terça-feira, 1 de novembro de 2011

Incompreensão



Nada basta.
Nenhum esforço é o suficiente.
Minha presença é nada.
Nada.
Nada basta.


Sua incompreensão ronda meus dias.
E minhas noites.


Estou aqui.
Sozinha.
Como estive desde o princípio dos tempos...



Naiana Carapeba (01/11/2011)

3 comentários:

  1. Alberto escreveu:

    O SONO DAS ÁGUAS

    Há uma hora certa,
    no meio da noite, uma hora morta,
    em que a água dorme.

    Todas as águas dormem:
    no rio, na lagoa,
    no açude, no brejão, nos olhos d’água,
    nos grotões fundos
    E quem ficar acordado,
    na barranca, a noite inteira,
    há de ouvir a cachoeira
    parar a queda e o choro,
    que a água foi dormir…

    Águas claras, barrentas, sonolentas,
    todas vão cochilar.
    Dormem gotas, caudais, seivas das plantas,
    fios brancos, torrentes.
    O orvalho sonha
    nas placas da folhagem
    e adormece.
    Até a água fervida,
    nos copos de cabeceira dos agonizantes…

    Mas nem todas dormem, nessa hora
    Muitos hão de estar vigiando,
    e chorando, a noite toda,
    porque a água dos olhos
    nunca tem sono…

    Guimarães Rosa

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  2. Nossa! Fiquei lisonjeada ao saber que um poema meu faz lembrar o grande Guimarães Rosa. Obrigada Alberto!

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  3. Naiana,
    para algumas sensações nada basta não é mesmo? Talvez esse querer ser preenchido sempre é que nos impulsiona a acreditar que o melhor ainda está por vir.
    Adorei!

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