Amanheceu a primavera.
Mas, em mim, o outono não cessa de acontecer.
Em seus tons ocres,
e suas folhas cadentes,
como pontos de interrogação pingando nos meus caminhos.
Amanheceu nova estação.
Mas, meus olhos fincam alhures.
E sinto gostos antigos,
e seus frios orvalhados,
como densa névoa a encobrir os parques onde me perdi.
Amanheceu realidade distinta.
Mas, a mão crispada denuncia que ainda não há flores em meu jardim.
Enredam-se os dedos,
e estrangulam-se, no meu torrão, os seus diamantes,
na vã tentativa de se sufocar um inverno que jamais se despediu...
Naiana Carapeba (26/09/2011)
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