terça-feira, 2 de agosto de 2011

Silêncios e outras contingências


"Os médicos acendiam luzes em cima dele e faziam conjecturas. Mas quem vivia com ele de manhã à noite? Quem punha o despertador para tocar, a fim de avaliá-lo à luz do luar? Quem se esgueirava todas as manhãs e encontrava um bichinho de olhos arregalados espiando do berço, a pela translúcida como papel de seda? Os médicos faziam conjecturas, mas todos os dias Trudy e Gar viam provas de um estado de normalidade e de estranheza,e  tiravam as próprias conclusões. E todas as crianças precisavam das mesmas coisas simples, fosse um filhote de cachorro ou um bebê, chorão ou mudo. Apegavam-se a esta certeza: ao menos por algum tempo não importaria o que nele era especial e o que era comum. Ele estava vivo. O que importaria era que ele abria os olhos todas as manhãs. Comparado a isso, o silêncio não era nada".

(A História de Edgar Sawtelle - by David Wroblewski)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os posts mais visitados