terça-feira, 30 de agosto de 2011

Planos



Planejar a vida
É também dar chance à felicidade
Abrir-lhe a porta e dizer: seja bem vinda!


Naiana Carapeba (30/08/2011)

domingo, 28 de agosto de 2011

Abandono



Não houve prévio aviso
- morrera o sentimento de toda uma vida.
Agora, havia apenas abandono 
- puro e simples.


Era necessário interiorizar o esquecimento
- apagar as marcas de suas pegadas -
e fazer desaparecer seus vestígios.


Como se fosse possível retornar as páginas que viramos -
tornar o nada novamente palpável -
nada, nada mais...


Então, minhas mãos apagam as estrelas que eu descobrira
neste céu imenso de nós dois.
Aconchego-me na escuridão e,
pacientemente, aguardo nova aurora em minha vida.


Não há selvageria, 
Apenas não há mais sorrisos.
"Take anything you want from me... Anything..." 


Naiana Carapeba (28/08/2011)

sábado, 27 de agosto de 2011

Queda livre



Pulou em queda livre?
Tsc, tsc, tsc.
Tinha que se preparar para quebrar a cara, né?


Naiana Carapeba (27/08/2011)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Humores



Desculpe-me o excesso de franqueza -
sempre fui muito de bons e maus humores...


Desculpe-me o excesso de acidez -
você, que se habituou a doçuras e a meles pingando de suas deusas etéreas...


Desculpe-me, mas estou intratável -
pois padeço de um mal que não tem remédio...


Enfim, estou efetivamente mal-humorada.


Naiana Carapeba (26/08/2011)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fazer ou não fazer: eis a questão



Realmente impressiona tantas citações,
e uma lista enorme de teorias se entremeando em cada frase do discurso.
Ele, um tanto ensaiado e, quase sempre, alimentado pelo muitíssimo conhecido pluralismo de idéias...

Mas, nada disso me faz abandonar o barco da minha corporação de ofício.
Veja a minha limitação: 
Realmente não me identifico com o academicismo estéril que está tanto em voga. E justifico: 
Desanima-me ver quão poucos frutos nascem de tais debates...

Sei - como sei! - que é necessário um preparo intelectual sólido para abalar suas estruturas.
Sei - também o sei! - o quanto lhe atrai a organização do saber... 
Senão para torná-lo didático,
ao menos para permitir que abra seus escaninhos e,
ato ligeiro, encontre o texto que melhor lhe aprouver no instante - a depender da vítima...
Como já havia dito antes: munição pesada, em mãos lisonjeiras.

Contudo, continuo afeita aos seres reais -
pequeninos, ordinários, insignificantes -
mas, empenhados na mundana e cotidiana existência a que foram destinados.
E sigo afastando os seres míticos e fantásticos,
juntamente com a poeira que varro incessantemente do chão de minha casa...

Meu dilema, caríssimo, é outro - pois ser, já o sou, por definição.
Fazer ou não fazer: eis a questão.

Naiana Carapeba (25/08/2011)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Preparação



Cresci acreditando que, na vida, tudo era uma questão de preparação.
De esforço pessoal.
De dedicação.


Como se faz para correr uma maratona.
Como se faz para responder uma prova.


Agora, o que fazer? 
Fiquei atônita ao virar a curva...
Ao perceber o absoluto descompasso,
na trilha do meu destino,
que teima em me entregar de presente
algo totalmente novo e inesperado...


Naiana Carapeba (24/08/2011)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Flanar



Sair sem rumo, por aí...
Passear, alimentando ócio...
Virar pluma e voar sem direção...
Soprar bolhas de sabão ao vento...
Basta uma boa amiga e flanar vira profissão de fé.


Naiana Carapeba (23/08/2011)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sombras e cores



Em busca da imagem perfeita,
você corre a cidade.
E atira para o céu,
e persegue alvos em alta velocidade...


Em busca da imagem perfeita,
você mira o outro...
E, inadvertidamente, revela a si próprio,
denunciando sombras e cores,
expondo texturas e sutilezas
que se materializam através do seu olhar...


Naiana Carapeba (23/08/2011)

domingo, 21 de agosto de 2011

Cry me a river


Now you say you're lonely
You cry the long night through
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

Now you say you're sorry
For being so untrue
Well, you can cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you

You drove me, nearly drove me, out of my head
While you never shed a tear
Remember, I remember, all that you said?
You told me love was too plebeian
Told me you were through with me and

Now you say you love me
Well, just to prove that you do
Come on and cry me a river
Cry me a river
I cried a river over you
I cried a river over you
I cried a river...
over you...



(performed by Diana Krall)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Exaustão



Tem dias em que pareço me ter exaurido completamente.
Nada mais de bom há a ser dito.
Nada digno de nota.
Por isso, calo-me.
Cerro-me.
Deixo minha bandeira a desfraldar num dia mais propício.
A cada passo, o seu degrau.


Naiana Carapeba (19/08/2011)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O que eu mais amo em você


Esse jeito de se fazer interessar pelos meus hobbies...
Esse esforço em se fazer presente em minhas ausências...
Esse pedaço de si, que sempre me é entregue...

Tudo isso é ternura.
E determinação em ocupar todos os meus territórios.
Fazendo-os seus,
invadindo-os com seus passos de seda -
pé ante pé, em ousadia e deleite...

E é isso o que mais amo em você. 

Naiana Carapeba (16/08/2011)

Do que eu precisava


Tudo o que eu precisava era de um de bom banho, em água tépida.
Para relaxar o corpo e aquecer o coração...
Para me sentir envolvida, como em um abraço
- aquele que você me negou.

Tudo o que eu precisava era de imersão, de calor.
Para afastar o frio que me consumia a alma...
Para dissipar a saudade que você me impôs, a contragosto
- com a sua ausência.

Era disso, apenas, que eu precisava.

Naiana Carapeba (16/08/2011)


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Someone like you



I heard that you're settled down
That you found a girl and you're married now
I heard that your dreams came true
I guess she gave you things, I didn't give to you

Old friend
Why are you so shy
It ain't like you to hold back
Or hide from the light

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah

You'd know how the time flies
Only yesterday was the time of our lives
We were born and raised in a summery haze
Bound by the surprise of our glory days

I hate to turn up out of the blue uninvited
But I couldn't stay away, I couldn't fight it
I hoped you'd see my face and that you'd be reminded
That for me, it isn't over yet

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah

Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes they're memories made
Who would have known how bitter-sweet this would taste

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead

Never mind, I'll find someone like you
I wish nothing but the best for you, too
Don't forget me, I beg, I remembered you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead, yeah, yeah

domingo, 14 de agosto de 2011

Enquanto isso



O plano do Divino se revela,
em provações macabras que se sucedem e se sobrepõem, incessantemente...
E sem qualquer relação de racionalidade.


Enquanto isso, assisto ao seu declínio moral.
Assisto, incrédula, à sua transformação grotesca.
Enquanto isso, a vida perde o sentido...


As esperanças de retorno à normalidade naufragam.
Sucumbem - talvez de forma definitiva e irreversível -
ante o espetáculo temerário de sua decadência.


Enquanto isso, seu fantasma me persegue,
agarrado às minhas mãos suplicantes...


Naiana Carapeba (14/08/2011)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Superação



O mais difícil, durante a jornada,
foi perceber que você já superou a nós dois.


Em seus olhos vazios,
constatei que você não mais me deseja.


Percebi, em seu abraço perdido,
que não há mais atração a unir-me a você.


O mais difícil, durante todo o dia,
foi ver o distanciamento que se impôs,
a cristalizar-nos como mera miragem.


Fatos passados, superados,
sem qualquer importância.


Sou como janela fechada.
Sou página virada.
A curva, depois de ultrapassada.
Nada, nada mais...


Naiana Carapeba (13/08/2011)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Platéia



É tão fácil acenar para a platéia
e falar exatamente o que todos querem ouvir.
Mesmo que se saiba estar falando uma mentira...


É tão fácil encenar a peça mais conhecida
e repetir letra por letra toda as falas monótonas e monocórdicas que todos já conhecem de cor.
Mesmo que por dentro haja uma nova canção tocando, e gritando para ser entoada...


É tão fácil adaptar-se ao que todos esperam de nós
e vestir sempre a capa de bom moço.
Mesmo que não haja fantasia alguma a justificar o uso dessa espada que você empunha tão decididamente...


É tão fácil ser como você...
Tão fácil...


Difícil é sair do tom -
e falar o que a platéia não quer ouvir.
Difícil é não ser popular -
pois esse é o preço que se paga ao se denunciar não apenas o que está errado,
mas, também, ao se enxergar o tanto que há de correto no outro.


Difícil é ver que há muito de verdadeiro.
E de honesto.
E de correto.
Não apenas em nós.
Mas no outro.


Difícil é não ser fácil,
como você...


Naiana Carapeba (11/07/2011)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Esperança



A esperança não reside em minhas mãos.
Elas continuam vazias, postadas ao aguardo de uma solução -
qualquer que ela seja...


A esperança me ajuda a trilhar meus caminhos.
Mesmo quando a estrada à minha frente permanece encoberta pela névoa,
e não possibilita enxergar o fim da trilha...


A esperança brinca com meus olhos.
E os mantém abertos,
fixos em fantasias que teimo em não realizar...


A esperança embala minhas noites.
Conquanto as faça mais compridas,
muito mais do que eu queira ou possa suportar...


A esperança brinca comigo.
Como uma criança voluntariosa que,
apesar de advertida do perigo,
continua a brincar com fogo...


Naiana Carapeba (10/08/2011)

domingo, 7 de agosto de 2011

Festas



Em festas, tudo acontece.
Tudo, mas tudo mesmo.


Naiana Carapeba (07/08/2011)

sábado, 6 de agosto de 2011

Despedidas



Porque há histórias que não devem ser escritas...


Naiana Carapeba (06/08/2011)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Saudades



Saudades -
que nasceram quando você saiu pelo mundo
a perambular...


Saudades -
que me sufocam, pois você está longe
do alcance das minhas mãos...


Saudades -
de um abraço, de um carinho,
de um olhar, de um aconchego,
de risadas, da nossa cumplicidade...


Saudades,
saudades imensas de você...


Naiana Carapeba (05/07/2011)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Universo




Eu não estou aberta para o universo.
Não mais...
Fechei minhas cancelas.
Passei o cadeado nas minhas portas.
Cerrei as janelas.
Dentro de mim não há mais luz.
Nem sol.
Não há chuva a me molhar a face.
Nem vento a esparramar meus cabelos.
Fechei os olhos.
Arranquei-os das órbitas - para não mais enxergar você...
Encerrei-me em mim mesma, como buraco negro,
a alimentar-me de minhas próprias entranhas.
Até meu próximo Big Bang.


Naiana Carapeba (04/10/2011)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Confraria



Somos várias,
e somos uma.
Em várias histórias,
e vários destinos...


Mas para todas nós
cabe apenas um desfecho:
nossa felicidade...


Em nossos acertos,
ou em nosso fracassos.
Em nossos êxitos,
ou mesmo em nossos tropeços
cabe apenas um final:
o feliz...


Somos confrades.
Jamais confreiras - 
seria muito puritanismo -
que não nos cabe...
... não mesmo.


Somos várias.
Conquanto uma.
Apenas uma.
Única.
Confraria...


Amigas para sempre.


Naiana Carapeba (02/08/2011)

Silêncios e outras contingências


"Os médicos acendiam luzes em cima dele e faziam conjecturas. Mas quem vivia com ele de manhã à noite? Quem punha o despertador para tocar, a fim de avaliá-lo à luz do luar? Quem se esgueirava todas as manhãs e encontrava um bichinho de olhos arregalados espiando do berço, a pela translúcida como papel de seda? Os médicos faziam conjecturas, mas todos os dias Trudy e Gar viam provas de um estado de normalidade e de estranheza,e  tiravam as próprias conclusões. E todas as crianças precisavam das mesmas coisas simples, fosse um filhote de cachorro ou um bebê, chorão ou mudo. Apegavam-se a esta certeza: ao menos por algum tempo não importaria o que nele era especial e o que era comum. Ele estava vivo. O que importaria era que ele abria os olhos todas as manhãs. Comparado a isso, o silêncio não era nada".

(A História de Edgar Sawtelle - by David Wroblewski)

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