Escorreram por entre dedos aflitos
que se crispavam no afã de reter a passagem do tempo que o levava muito rapidamente para longe daqui.
O que foi feito de nossos sonhos de eternidade?
Despertaram como pesadelos concretizados
que se debatiam em suor e agitação nas cobertas que deixaram escapar nossos vultos de paixão.
O que foi feito de nossas músicas e melodias?
Estagnaram sem ritmo ou boleros
que se emudeciam como o calar de nossos violinos abandonados ao largo de um palco sem vida.
O que foi feito de nós?
Estamos indissoluvelmente, fatalmente ligados por um sentimento sufocante
que jamais será tornado real - nós que estamos embebidos de tanta realidade ao nosso redor.
Naiana Carapeba (29/08/2012)
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