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quarta-feira, 30 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Âncora
Escolher é dividir,
Abdicar de caminhos,
Deixando estradas intactas -
Jamais serão trilhadas.
Escolher é virar as folhas de um livro,
Folheando-as ao acaso,
Pinçando apenas pequenos trechos -
Enquanto se escreve a própria história.
Escolher é jogar âncoras,
Que nos prendem ao solo,
Firme e fundo -
Restringindo os mares que iremos navegar.
Naiana Carapeba (28/03/2011)
segunda-feira, 21 de março de 2011
Morte
Há morte em todos os lados,
em todos os lugares.
A morte sobe pelas minhas pernas,
enquanto caminho sobre suas lápides gélidas.
A morte agarra-me pelos pés fugidios...
Em vão, sigo.
Em vão, escondo-me.
Em vão.
A curva na estrada está logo à frente...
Naiana Carapeba (21/03/2011)
quinta-feira, 17 de março de 2011
Direção
Às vezes, a vida precisa de direção.
Precisa que retomemos as suas rédeas em nossas mãos.
Para cessar o sofrimento,
Para acabar com perdas imensas -
Que o destino impôs de forma brutal e incessante.
A tradição agora é quebrada -
E estabelecem-se novas regras...
Coragem.
Avante.
Há chefe na casa.
Naiana Carapeba (17/03/2011)
terça-feira, 15 de março de 2011
Japão
Preparei-me para tsunamis.
Minha história era pródiga de exemplos funestos -
E notória, a minha fragilidade.
E, então, busquei equilíbrio.
Alcancei independência -
E construí muralhas no além-mar.
Rodeie-me de artefatos de proteção,
ergui muros, armei guardiães.
Tudo em vão.
No final, o destino se impôs.
As ondas findaram por sufocar-me,
Em destruição e devastação sem fim.
Sou um Japão,
Mas meu sol não é nascente.
Naiana Carapeba (15/03/2011)
terça-feira, 8 de março de 2011
Outono
A curva do tempo modificou nossas aparências
Nossas folhas caem, copiosamente
E não há mais frutos,
Não há mais flores -
Nada mais resta, senão galhos secos que ferem e afastam.
Há apenas rejeição...
É o outono,
E não é mais tempo de espera.
Seu silencio denuncia que não haverá outras estações fechando este ciclo.
Não haverá mais nada, senão folhas caídas e murchas
Dissolvendo-se no solo...
A nau perdeu o rumo, de vez.
Não há mais ritmo, nem lembranças possíveis.
Nada me faz sair deste canto escuro
Onde minha vida espera
Uma nova chance...
Naiana Carapeba (08/03/2011)
sexta-feira, 4 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
Diferença
Aí, justamente, a beleza
A diferença que atrai
Desafia, intriga.
A diferença que fascina
Mas essa mesma diferença também gera repulsa, hostilidade.
Ela afasta e faz nascer os piores sentimentos
A agressividade paira sobre nossas cabeças
Como uma ameaça a se concretizar
Quando meus olhos vigilantes não estiverem abertos.
Naiana Carapeba (01/03/2011)
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