terça-feira, 30 de abril de 2013

Cora Coralina


"Desistir... Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça."
(Cora Coralina)

domingo, 28 de abril de 2013

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios


"Sozinho, em minhas estradas, em minhas andanças,
encontrei-me com outra pessoa.
Encantei-me.
Apaixonei-me."

Ah! Explicaria tanta coisa,
receber as piores notícias dos seus lindos lábios...

Mas, o seu silêncio fala mais.
Como sempre.
Confirma as mais devastadoras suspeitas...

Naiana Carapeba (28/04/2013)


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Alcatraz


That's all folks.
Estou fechada para balanço.

Naiana Carapeba (26/04/2013)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Espera


Uma cantiga monocórdica ecoa nos meus ouvidos.
Um lamento antigo ressoa sob os meus passos.

I'm sorry if I'm always the same old person...
With the same old habits,
the same old dreams,
and exactly the same reactions...

Uma cena se repete ininterruptamente na minha memória:
Nela, uma garota espera, imóvel, debaixo da neve que cai.
O frio que agarra a sua alma não vem de fora,
mas da certeza interna que a assombra - 
sua espera não terá fim.

Segue tocando a mesma canção no meu filme particular.
Sem fim. Sem fim. Sem fim.

Uma cantiga monocórdica ecoa nos meus ouvidos.
Um lamento antigo ressoa sob os meus passos.
E, por dentro, sinto-me congelar.

I'm sorry if I'm always the same old person...
With the same old habits,
with the same old dying dreams.

Why do I always follow the same patterns?

Naiana Carapeba (24/04/2013)

domingo, 21 de abril de 2013

Reclusão




As paredes por mim construídas não são apenas abrigo,
mas prisão.

Isolei-me em sonhos abandonados -

passos atrás, em venezianas fechadas...

O ar se levantou à minha volta,

girando meus pensamentos disformes.

Os lençóis pingaram as marcas de nós dois,

estampando nas janelas um amor sombrio e já gasto.

Ocultei-me em esconderijos inóspitos -

tempos atrás, em claustros imundos...


Naiana Carapeba (21/04/2013)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

E agora?


Conteúdo. Continente.

Tudo de mim está aqui contido.
Meu vazio.
Ainda que eu me espalhe por todos os continentes.
Perdidos.


Naiana Carapeba (19/04/2013)

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Oceano


A cada palavra escrita, pronuncio desentendimentos...
Ruídos denunciam uma comunicação que não acontece mais.

Somos ondas a quebrar impiedosamente.
Somos rochas sob o mar.

Tantas vezes nos encontramos.
Em meus sonhos.
Em nossas tardes. 
Mas não ficamos verdadeiramente frente a frente.

Os sentimentos estão submersos.
Sobre eles, apenas o movimento das águas escuras -
das nuvens a nos ameaçar.

E, mesmo nus, não estamos desarmados.
Há muitas fantasias sobre nossas peles.
Há muita vivência exalando de cada poro.

Não somos mais. Nós.
Fomos tragados pela imensidão ao nosso redor.
Somos mar e sal.
Somos sol e tempestade.
Perda...

E, em nosso mar, há apenas barcos sem vela.
Naus sem rumo.
Embarcações perdidas...
Minhas ondas não me levarão à sua volta.
Permaneceremos longe do continente.
Somente teremos repouso em nossas ausências.

Naiana Carapeba (17/04/2013)

O céu e seus sinais



O céu anuncia mais um encontro.
Atrás das nuvens, surge, como um sinal, um arco-íris apenas incipiente - 
fruto das chuvas fora de tom que perseguem meus caminhos. 

Recolhi seus retratos.
Apaguei seus rastros.
Nova identidade, nova vida se descortina à sua frente.

Não há mais espaço para nós.
"Vai ser melhor assim"- você me diz.
Um sorriso dança em seus lábios.
Os olhos, distantes.Mesmo ao meu lado, você não está mais aqui.

Um céu sem pipas esconde atrás de nuvens negras o nosso arco-íris.

Assisto à sua partida, sem esboçar qualquer movimento...
Por que este querer me consome, se você jamais ficará aqui?
Será que vai chover?


Naiana Carapeba (17/04/2013)

sexta-feira, 5 de abril de 2013

The vastest things are those we may not learn


"The vastest things are those we may not learn.
We are not taught to die, not to be born,
Nor how to burn with love.
How pitiful is our enforced return
To these small things we are the masters of."

(Mervyn Peake)

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