quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mimetismo



Não adianta fazer o mesmo caminho que eu.
É inútil calçar os mesmos sapatos que estão nos meus pés.


Todas as tentativas de repetir a minha vida serão inglórias -
mero mimetismo.


Minhas experiências são únicas.
Minhas vivências são particulares.


Eu sou um número sem par.


"Coração é terra que ninguém vê" (Cora Coralina).


Naiana Carapeba (25/07/2012)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ciclo de Estações



Nossas estações fecharam mais um ciclo.


Conhecemos o verão, com seus dias ensolarados,
como o encantamento daqueles que se apaixonam.
As noites quentes,
como as dos primeiros amores reais.
O suor à flor da pele -
todas as sensações ao menor toque de suas mãos.


Seguimos pelo outono, com suas folhas douradas,
como as alianças que trocamos.
As brisas nas árvores,
embalaram a transição de nossa relação.
Logo, houve frutos maduros e doces a colher,
todos os resultados de um bom plantio.


Adiantou-se o inverno, com seus momentos gelados,
como as visitas de morte que recebemos.
As noites sombrias,
como os testes a que fomos submetidos.
O frio sem fim em nossas almas,
todos os sofrimentos que experimentamos juntos.


Agora cessa mais uma primavera, com suas flores perfumadas,
como os rastros que sigo ao perseguir você.
As temperaturas amenas, 
com seus dias e noites iguais, a marcar nosso equinócio e equilíbrio. 
A beleza de um jardim cultivado,
todo o reflorescimento de vida em nossas mãos.


Naiana Carapeba (18/07/2012)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sonetos de estudante


As lentes embaraçaram a minha visão -
seus olhares permaneceram ocultos,
apesar da constante vigília...

As lentes diminuíram a minha percepção -
suas lanças atiradas em mim,
como cordões puxados de encontro a si...

Agora, porém, percebo o que transborda dos seus olhos -
não há mais sonetos de estudante,
mas sonhos e desejos adultos a perseguir...


Naiana Carapeba (16/07/2012)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Céus, preces e danças



Quero morrer com os meus olhos abertos - 
e as mãos fixas, agarradas em seu céu.
Nuvens de sonho que trouxe para mim -
algodão doce dissolvido no horizonte.


Quero morrer com os meus olhos abertos -
e as mãos em prece, pedintes aos seus pés.
Imagens e terços que se enrolam em meus dedos -
contas e contos cadentes de seus lábios.


Quero morrer com os meus olhos abertos -
e as lágrimas cristalizadas em órbita, ao seu redor.
Planetas e estrelas que se cruzam em dança -
satélites e espaços infinitos no meu universo.


Naiana Carapeba (06/07/2012)

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