Detalhes tão insignificantes teimam em permanecer.
Insistem em reavivar nossa história já finda.
Ultrapassada, talvez...
São espinhos que me lembram o que ainda sinto.
Dores que incomodam - ainda que ao longe.
Detalhes demonstram estar toda a vida na contra-mão.
Toda ela.
Tempestades me açoitam o corpo -
e permitem que eu aprenda novos passos de uma dança martirizante...
Tempestades me iluminam uma noite sem estrelas -
e permitem que eu vislumbre seus contornos,
afastando-se ao longe sob raios de cólera...
As marcas do tempo irão se pronunciar em minhas mãos solitárias.
Veias saltarão numa tentativa inglória de me fazer sentir novamente o sangue a percorrer meu corpo.
Em vão. Em vão...
Eu serei pedinte, mendiga de suas memórias.
Carregarei sobre as costas cobertores imundos
pela culpa que me cabe neste querer tão intenso.
E, então, minha estrada em contra-mão me levará novamente a você.
O duro asfalto a me impulsionar, sem piedade.
Meus joelhos esfolados a me castigar, sem perdão...
Naiana Carapeba (03/11/2011)