Andando em suas curvas,
Sigo, sem equilíbrio, tropeçando a cada passo...
Nada há à minha frente.
Apenas um abismo a me chamar,
um eco a me repetir.
Meus olhos cegos fecham-se para tudo em volta.
Minhas mãos encolhidas.
Meus gritos mudos.
Suas mãos frias me guiam os passos,
sua voz surda me embala numa cantiga gótica.
Eu sigo em sua direção
e adentro sua catedral, em hipnótica adoração.
Lanço-me a seus pés
e você me acolhe em suas garras.
Seu bafo gélido cala meus soluços,
sua escuridão apaga meus pesadelos.
Você me envolve inteiramente em sua mortalha...
E eu fico quieta em seu abraço.
Naiana Carapeba
(22/05/2016)
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