A cabeça pesava com tantos pensamentos que morriam dentro de si.
A língua, outrora afiada, amargava solidão e palavras engolidas.
Água. Água a se acumular dentro de si.
Sentia formar uma tempestade de sentimentos disformes.
Um turbilhão de atos contidos.
Em que momento aconteceu esta metamorfose?
Em que momento se transformara em atriz, presa a este monólogo mudo?
A vida cheia de automatismos.
A vida sem percussão.
A vida quieta num canto.
E o copo d'água sobre a mesa.
Naiana Carapeba
07 de março de 2016