terça-feira, 29 de dezembro de 2015
Passeio à beira-mar
Passeei à beira de seu porto -
Salgado. Parado. Morto.
Meus dedos a desenhar praias e enseadas -
Como você me desenhava...
Passei à beira de seu mar.
As águas pequenas, mal me fustigavam as pernas.
Nossa história apagada por suas ondas, suas ondas, suas ondas...
Mal restavam traços atrás dos meus pés.
Pegadas incertas. Pegadas sofridas. Pegadas sem soldo.
Das minhas mãos pingava sal.
Das minhas costas restavam sombras.
Das minhas pernas sacudia-se areia.
Meu filho grande.
Meu filho pequeno.
E o mar.
Naiana Carapeba
(30/12/2015)
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