Irmãs de alma, irmãs de calma. Encontramo-nos nos primeiros degraus de nossa adultice. Galgando espaço. Suando bicas. Fez-me companhia na penúria. Fez-se cobertura e proteção. Ergueu-me acima de seus próprios ombros, para que eu pudesse mirar longe... Irmãs de fúria, irmãs de injúria. Acolheu-me no desespero. Ouviu meus suspiros. E o meu cansaço. Escutou absurdos, por mim... Colocou-me no colo. Deu-me silêncio. Deu-me sermão. Deu-se. A mim. Irmãs de maternidade. Cada uma a embalar seu rebento. Juntas. Equilibrou-me, em nossos tropeços. Deu-me sorrisos. Deu-me seus filhos, como meus. E recebeu os meus, como seus. Irmãs de mochila, nas costas. Juntas andamos pelo mundo... Nas fotos. Nos cartões postais. Irmãs de sonho. De um futuro sempre presente. Irmãs de vida. Naiana Carapeba (13 de Janeiro de 2016)
Passeei à beira de seu porto - Salgado. Parado. Morto. Meus dedos a desenhar praias e enseadas - Como você me desenhava... Passei à beira de seu mar. As águas pequenas, mal me fustigavam as pernas. Nossa história apagada por suas ondas, suas ondas, suas ondas... Mal restavam traços atrás dos meus pés. Pegadas incertas. Pegadas sofridas. Pegadas sem soldo. Das minhas mãos pingava sal. Das minhas costas restavam sombras. Das minhas pernas sacudia-se areia. Meu filho grande. Meu filho pequeno. E o mar. Naiana Carapeba (30/12/2015)
Acreditei verdadeiro, doei alma, tremi desejo, salguei entranhas. Esperando você. Uma música tocava na vitrola... E seu corpo pesou, imenso, em mim. Consumação... Janela afora, caía uma chuva calada - tal qual minha ingenuidade cadente. Passeei por você. Seus ombros. Seu retrato. Seus atos. Sobre a mesa, a passagem comprada, seus sonhos espalhados. Oportunidades se descortinavam em folhas acartonadas. Mas, eu não estava ali. Nada me fazia presente. Eu não fui. Eu era ninguém. Ninguém. Com a sua queda, esquecida e fria, segui seus rastros. Estourei as bolhas da sua champagne no céu da minha boca. Com a sua partida, nada. Nada. Nada. Nada. Seu eco me chamava. Vivi você no silêncio da sua morada vazia. Sua ausência me queimou os dedos. As paredes nuas. Feias. E senti novamente a queda. Você a desertar o meu corpo, seu silêncio cru nos meus ouvidos, chamando sem parar... Esperei você. Fugido, horrorizado. Fustigado. Você só. Caído. Mas, novamente, o nada. Agora, muros separatistas o aguardam. Embora caídos, sua presença ainda impera. E ajudarão a escrever nova história. Novos. Novas. Novidades... Novas quedas? Eu. Só. Eu. Sem. Eu. Estanque. Sem salgar minha carne. Sem revelar minha história. Sem sossegar minha pena. Esperando você.
A Rainha de Copas paira magnânima sobre seus súditos. Controla suas vidas. Seus suspiros. Suas insignificâncias... A Rainha de Copas paira sobre todas as vontades. Faz-se única. Onipresente. Onisciente. Imperatriz... A Rainha de Copas amargura-se com pequenas contrariedades. E, sombria, brande sua espada. Irracional, faz rolar cabeças. Insatisfeita, espreme os corações que lhe ofertam... Dos seus súditos espera respeito. Adoração. Idolatria. E medo... A Rainha de Copas, embora tão respeitada, conquanto tão adorada, nada obstante tão idolatrada, apesar de tão temida... ... vai morrer só.
Some quotes from this movie that I just saw: Margot: I want to know what you'd do to me. Daniel: Wow. Margot: I just said that. Daniel: You just said that.
... I just kissed the top of your head ever so gently. Margot: You did. Daniel: Yes, and then I kissed your eyelids and they fluttered underneath my lips just a little. Margot: A little. Daniel: And very very slowly I just grazed your lips with mine, but because you're married I didn't dare kiss them. Margot: No. Daniel: No, instead I worked my way slowly down your neck and I kissed every inch of it and I lingered over your birth mark on your left shoulder, ya that one, and I smelled you. I really inhaled and I smelled you. Margot: What do I smell like? Daniel: You smell like you do. The way you smell like you did on the plane, the way you do rite now, a mixture of sweetness and fuck. Margot: Hmm. Daniel: And I kissed your breasts and I licked your nipples and I stayed there for about an hour and I was gentle at first but I found out how that worked, and you weren't all that interested in me being gentle. And then I thought to myself I need to find out how she works, how every part of her works. And I spent about a week and a half with your body and I began to learn it and know it, every detail of it. I played with you before I entered you, before I spread your legs and fucked you hard. I fucked you harder then I wanted to but I couldn't help myself. And I pulled your hair gently while I rocked inside you. I fucked your mouth and every part of you until we were so intensely fevered that we couldn't see straight anymore. And i filled you with my cum and I told you again and again I love you. I love you.
Em meus sonhos, sou um chapeleiro maluco. Acrobata, a lançar aos ares coelhos esquálidos, já mortos. Meu show carece de pirotecnia, de outros efeitos especiais. Tão simples. Tão mundano. Equilibro-me dentre tantas demandas. E, vejo, ao longe, meu destino glorioso a se afastar. As rodas do meu fado giram, descontroladas - não há mãos a guiar sua trajetória. Errante, sigo minhas escolhas desconexas. Gélidos, dois outros roedores sucumbem - quedam, inertes, na minha cartola. Observo seus cadáveres diminutos. Seus corpos macilentos e sem vida - sem graça nenhuma. São apenas ossos se acumulando, preenchendo minha capela particular, em espera pelos que ainda virão…
Calar. Preciso aprender a calar. Fazer reinar o silêncio em minha alma. Fazer surgir a calma em minha mente. Calar. Preciso aprender a calar. Fazer as mãos trabalharem, enquanto o coração silencia seus batimentos inoportunos. Calar... Naiana Carapeba (16/09/2013)
Deus criou a mulher - e, também, os sapatos, as bicicletas, os cães e os filhos... Deus criou o dia - e, também, a noite, o cansaço, o desejo e as dores de coluna... Deus criou o homem - e, também, o casamento, as viagens, os vinhos e o amor... E, então, Ele misturou tudo. E deixou a confusão reinar.
Preciso fazer o meu caminho de Santiago particular: Livramento. Deletar da vida inconveniências, sejam emocionais ou não... Preciso de uma vida sustentável: Simples. Apenas e essencialmente o que o coração puder carregar...
As ondas me vomitaram de volta memórias que tinham, em um destino insólito, sido tragadas por seu oceano... À beira da praia, meus pés permaneceram fincados - seus nervos como fios desencapados submersos em argila. No horizonte, meus olhos orbitaram à sua volta - o corpo como estrutura vergada e incapaz de se afastar. Meu mar escuro, como lama pastosa em solidão errática. Meu céu enegrecido, como sangue morto em lamentos mudos. As ondas enormes engoliram novamente memórias enxotadas sem piedade por seu oceano.