quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Indefectível



No horizonte aparece uma imagem
Indefectível em sua trajetória retilínea


E eis que surge, com passos certos e firmes,
O herói do dia
Palavras mansas e um sorriso fácil -
Todos os ingredientes de uma confusão imensa
reinando no ar...


A imagem, porém, é mera ilusão -
E desfaz-se com um sopro,
É mera poeira no ar.
Resta apenas uma caricatura de sonho
e a sombra soturna da realidade que se impõe.


Naiana Carapeba (24/02/2011)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Melancolia


Como o uivar do vento nas frestas da janela,
Como a cantiga solitária dos pássaros ao final do dia,
Como as melodias tristes da tradição portuguesa,
Assim eu sou.


Há eventos que me marcam -
E condicionam meus pensamentos, meus versos,
Apagando todo o resto...


A melancolia fez esvanecer as vitórias
Das batalhas que a vida me impôs.
E me calejou as mãos,
E me danificou a alma,
E me entorpeceu os sentidos.


Restou, ao fundo, o som ritmado das ferramentas
De uma história em permanente construção.


Naiana Carapeba (19/02/2011)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Esquecer


Sua ausência queima
Faz-me arder por dentro

Sua ausência dói
E faz-me rude, fria...

Tantas vezes,
Necessito esquecer

Como éramos juntos
Como éramos antes
De um fim prematuro,
Dispensável e infeliz.

Preciso mesmo é esquecer.
Esquecer

Naiana Carapeba (19/02/2011)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Perdão



Perdão
Por tudo o que não fui
Quando vc precisava realmente era de outra pessoa


Perdão
Por tanto que destruí
Ainda que minha imobilidade fosse o que destruísse seus castelos


Perdão
Por ser tão imperfeita
Por ser tão pouco e ter quase nada a oferecer


Apenas a mim.


Naiana Carapeba (19/02/2011)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Reencontro


Reencontro
De almas que nunca deveriam ter se distanciado


Há quanto tempo
Minh'alma pede e deseja
Reencontro


Novas bases, para uma nova vida
Que ainda não aconteceu.


Naiana Carapeba (14/02/2011)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Little Wing


Now she's walking through the clouds
With a circus mind
That's running wild
Butterflies and zebras
And moonbeams and fairytales
All she ever thinks about is riding with the wind...

When I'm sad she comes to me
With a thousand smiles
She gives to me, free
It's alright, it's alright' she says
Take anything you want from me
Anything

Now she's walking through the clouds
With a circus mind
That's running wild
Butterflies and zebras
And moonbeams and fairytales
All she ever thinks about is riding with the wind...

When I'm sad she comes to me
With a thousand smiles
She gives to me free
It's alright, it's alright' she says
Take anything you want from me
Anything

Fly Little Wing... Yeah, Yeah...

Fly Little Wing...
I want her to fly

(Jimi Hendrix - performed by The Corrs)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vitrais



Fragmentos translúcidos
Cortam em ângulos desconexos
Minha imagem já desfigurada


Vitrais abrigam meu fraco reflexo
Fazem-me torta, engraçada, imprecisa


Vitrais apreendem minha imagem
Minha vida em pedaços
Cacos de cores que não combinam entre si


Naiana Carapeba (09/02/2011)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Presença



Em um instante
Tantos sonhos desfeitos
Tantas ilusões tornadas amargas


Agora, a lembrança traz apenas rancor...


E a vida ainda suspensa
Como um passo no ar


A correnteza do rio contida - submersa.
Não mais em seu curso, não mais.
As águas revoltas esperam, naufragam sua presença...


Naiana Carapeba (07/02/2011)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tatuagem


Quero ficar no teu corpo
Feito tatuagem
Que é prá te dar coragem
Prá seguir viagem
Quando a noite vem...

E também prá me perpetuar
Em tua escrava
Que você pega, esfrega
Nega, mas não lava...

Quero brincar no teu corpo
Feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem...

E nos músculos exaustos
Do teu braço
Repousar frouxa, murcha
Farta, morta de cansaço...

Quero pesar feito cruz
Nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem...

Quero ser a cicatriz
Risonha e corrosiva
Marcada a frio
Ferro e fogo
Em carne viva...

Corações de mãe, arpões
Sereias e serpentes
Que te rabiscam
O corpo todo
Mas não sentes...

Chico Buarque e Ruy Guerra

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fantasmas



É necessário recolhimento
É necessário sobriedade
Pausar a vida
E resolver antigos conflitos.


É necessário estabelecer limites
Para que todos tenham segurança.
Para que todos tenham possibilidades reais
De vida e de felicidade.


Há tantas e tantas necessidades
Que ficam no canto, aguardando coragem.
É necessário enfrentar antigos fantasmas
E tratar feridas que jamais cicatrizaram... 


Enquanto isso
A vida em suspenso
Enquanto isso
Culpa e acusações infames
Enquanto isso
Ah! Morro por dentro...


Naiana Carapeba
(02/02/2011)

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